sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

A Nova Ericeira: Justino José da Silva

 
                                                                                                                                                                Enseada das Garoupas
 

A Colônia Nova Ericeira surgiu no dia 18 de março de 1818, pelo decreto régio de Dom João VI. Apesar de ter uma data oficial de criação, a ideia começou a ser geminada bem antes e próximo a Enseada das Garoupas, litoral de Santa Catarina.


Antes da chegada dos primeiros colonos em 1817, ericeirenses e outros portugueses já residiam na freguesia de Santo Antônio de Lisboa, Norte da Ilha de Santa Catarina.


Por estar próximo a Enseada das Garoupas, é provável que eles conheciam a região e deram a ideia para a criação de um empreendimento pesqueiro no local.


Formado por uma bacia de águas tranquilas, a Enseada das Garoupas já era conhecida por navegadores desde o século XVI. Sempre esteve nos planos do governo português para a construção de um porto ou uma base naval.

Além da tranquilidade para aportar embarcações, outros fatores como a quantidade de peixes e a posição estratégica também contribuíram para criação de uma colônia pesqueira no local. Mais nada seduziu a corte portuguesa do que povoar a região.
 
                                                                                                                                                   Santo Antônio de Lisboa

A Enseada das Garoupas ficava entre as duas principais cidades de Santa Catarina na época: Desterro e São Francisco do Sul. Era uma região pouco habitada e ameaçada constantemente por invasões, principalmente dos espanhóis. A Espanha chegou a invadir Desterro em 1777, mas sem sucesso.

Com todos esses fatores a favor, surgiu à ideia, que ganhou folego depois que o ex-funcionário da antiga Câmara Municipal da Ericeira, Justino José da Silva, tomou a iniciativa. Justino chegou na Enseada das Garoupas junto com os outros ericeirenses em 1817, um ano antes da criação da colônia.

Silva não era pescador, mas conhecia bem os pescadores da Ericeira e também o potencial da Enseada das Garoupas para pesca. É provável que Justino José da Silva tivesse contato com esses ericeirenses que viviam em Santo Antônio de Lisboa e que eles ajudaram na criação da Colônia Nova Ericeira em 1818.

Mas quem era o ex-funcionário da Câmara Municipal da Ericeira?

Filho de José da Silva e Maria Joaquina, Justino José da Silva nasceu na Ericeira, no dia 22 de dezembro de 1765. Justino morava na Rua do Mendes Leal antes de embarcar rumo ao Sul do Brasil.

Ele casou com Caetana da Costa Fialho e teve os seguintes filhos: Maria Caetana (08/09/1797), Francisco (06/04/1800) e Ana. O casamento, bem como o nascimento da filha Ana não foram registrados na Ericeira.

Justino e a família viajaram para o Brasil e chegaram na Enseada das Garoupas em 1817, junto com o primeira leva de imigrantes. Eles permaneceram na Nova Ericeira até 1821.

Entre os prováveis motivos que fizeram o ex-funcionário da Câmara Municipal da Ericeira retornar para Portugal estão atrasos na distribuição das terras e na compra das rascas (barcos) parar os pescadores.

Justino faleceu no dia 17 de maio de 1827 e a esposa Caetana no dia 26/12/1835. As filhas Maria Caetana e Ana Bárbara casaram em 22/05/1822 e 23/09/1827, respectivamente. Francisco José da Silva "Ericeira" casou com a Maria Salomé da Silva Franco e teve sete filhos, todos batizados na Ericeira.


           Francisco José da Silva foi presidente da Câmara Municipal da Ericeira e administrador do Conselho, que foi extinto em 1855. Ele faleceu no dia 15 de janeiro de 1871.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Festa de Nossa Senhora dos Navegantes


Homenagem a santa em Navegantes

Dois de fevereiro é comemorado o dia de Nossa Senhora dos Navegantes, padroeira da cidade de Navegantes e protetora dos trabalhadores do mar. A festa em homenagem a santa acontece em Navegantes desde 1896, mas o culto é mais antigo. Nossa Senhora é associada ao mar e a proteção dos marinheiros desde o século XV e chegou ao Brasil com os navegadores portugueses.

Além de Nossa Senhora dos Navegantes, a santa protetora dos pescadores e marinheiros, é conhecida também por Nossa Senhora dos Mares, da Boa Viagem e Estrela do Mar.

Em Portugal, Nossa Senhora dos Navegantes é lembrada como Nossa Senhora da Boa Viagem. Todos os anos no mês de agosto a santa é homenageada com missas, novenas, cortejos por terra e a procissão marítima.

Procissão de Nossa Senhora de Navegantes no rio Itajaí-Açu
 
O ponto alto da festa é a procissão fluvial. Em Navegantes, a imagem da santa é levada por uma embarcação, seguida em cortejo pelo rio Itajaí-Açu. Todos os anos uma multidão visita à festa. Em 2017, a procissão será  na tarde do dia 5 de fevereiro, um domingo.

Na Ericeira, todos os anos, desde 1947, a Senhora da Boa Viagem é homenageada com bailes, espetáculos, procissões e missa campal. Na vila portuguesa, a capela foi erguida no século XVII.

Festa em honra a Nossa Senhora da Boa Viagem na Ericeira
 
            Além das datas, o que difere da festa em Navegantes (Brasil) e a Ericeira (Portugal) também é o horário da procissão. Enquanto o cortejo marítimo na Ericeira é feito a noite, de Navegantes sempre aconteceu durante o dia.